O objetivo das organizações com fins lucrativos sempre é manterem-se consistentes no mercado de diversas formas. Estão sempre a procura das últimas tendências para tentar aplicá-las em seus planejamentos e estratégias de negócio.
No mundo corporativo atual, isso vem acontecendo de forma mais frequente, tendo em vista que, com a competitividade mais acentuada, se faz necessário se manter atualizado para se manter competitivo.
Uma das possíveis estratégias para atingir o objetivo citado é o modelo de fusões e aquisições, também conhecido como M&A. De modo geral, essas operações são realizadas com a finalidade de impulsionar o crescimento, reposicionar o negócio e/ou diversificar os campos de atuação.
Percebendo isso, com a crise gerada pela Pandemia de Covid-19, algumas empresas sentiram a necessidade de se reinventar, e um dos principais meios utilizados para isso foram as fusões e aquisições. Prova disso foi o volume recorde de transações ocorridos em 2021, com o total de 65 mil negócios em nível global.
Embora o volume geral de transações de 2022 tenha ficado abaixo do ano anterior, ele ainda apresentou volumes 9% superiores dos níveis pré-pandemia.
Dentre os principais obstáculos encontrados ano passado, estão os conflitos internacionais, a alta global de inflações e, consequentemente, o aumento das taxas de juros. E na América Latina, o cenário ainda foi agravado pela instabilidade política e baixo crescimento das economias.
E para 2023, como anda a expectativa para o mercado de fusões e aquisições?
O mercado de M&A teve um início de ano inferior ao ano anterior. Segundo dados da ‘American economia’, nos dois primeiros meses do ano o mercado Latam apresentou um total de 321 deals, somando valor agregado de US$3,005 bilhões, que representa uma retração de 48% do volume de transações e retração de 83% de capital levantado. Tal retração de mercado já era esperada para o início de ano, em razão dos elementos já citados acima. No entanto, a expectativa é que a partir do segundo e, principalmente, terceiro trimestre, o mercado acelere novamente.
Dentre as tendências para esse ano, podemos citar três principais que podem sinalizar oportunidades de negócio:
- Retorno do ‘efeito batom’
Identificado pela primeira vez durante a grande depressão de 1930, quando vendas de batons aumentaram, mesmo com a recessão econômica. É uma terminologia que descreve o fenômeno em que as vendas de produtos de beleza, como batons, tendem a aumentar durante períodos de crise na economia.
Essencialmente, significa que, durante tempos difíceis, devido ao fator psicológico, as pessoas ainda desejam se sentir bem consigo mesmas e tendem a recorrer a pequenos luxos, como um batom novo, para se sentirem melhores.
Dito isso, para 2023, os indícios são de concentração de compradores em negócios menores, em detrimento de grandes transações.
- Busca por tecnologia
Com a necessidade cada vez maior de transformações tecnológicas, a expectativa é que em 2023 as empresas continuem investindo em inteligência artificial e machine learning.
Nesse sentido, a velocidade exigida na transformação, faz com que companhias optem por adquirir outras empresas que já possuem essa expertise, em vez de desenvolvê-la internamente.
- Foco em ESG
Assunto muito atual, amplamente discutido nas organizações, os fatores ambientais, sociais e de governança (ESG, em inglês) deve continuar nos holofotes em 2023.
A expectativa é que a pressão pela transparência, somadao ao crescente escrutínio dos investidores, continue impulsionando negócios voltados para essa área.
Portanto, apesar das atuais dificuldades e alguns possíveis ambientes teoricamente desfavoráveis, em paradoxo, condições desafiadoras sempre geram boas oportunidades para compradores, pois tende a aparecer melhores oportunidades de negociações. As companhias que se mantiverem antenadas ao mercado e suas oportunidades, podem conquistar ótimos negócios.